Há momentos em que numa noite estrelada no meio da natureza, onde só tu e ela se encontram no silêncio da noite quebrado apenas pelos animais notívagos refletes sobre ti mesmo e o que tem acontecido contigo.
Resiliência é aquela palavra que usamos para mostrar que alguém é indomável, que resiste a todas as tempestades por mais duras que sejam...
Numa de tantas noites como essas, onde a força da cafeína te mantêm acordado refletes sobre o teu percurso e todas as batalhas travadas nestes meses....
Vagueando pelas memórias através do som do vento nas árvores do bosque, revejo a força que tive de ter para resistir a meses de Fernando Pessoa. Meses em que nem sabia direito quem eu era, em que magoei quem não queria sem consciência disso. Superei e consegui controlar o Fernando e a Catalina que viviam dentro de mim, sem os demónios de médicos que só não ajudaram. Nadar no rio e no mar foi a vitória de meses á espera de uma vacina (esse tão esperado bilhete de saída). A tecnologia trouxe o caminho, a luz da saída do labirinto negro.
A Catarina mudou, tornou-se mais ela sem medos de aceitar quem ela é realmente! Mostrar ao mundo de que fibra ela é feita! Quem é realmente!
A Covid deu-me a oportunidade de repensar a minha vida, tirou-me a minha independência, saúde e trabalho. Deu-me a oportunidade de voltar para trás e crescer!
Deixei de lado o que os outros queriam de mim, cansei-me de ser um mero fantoche nas mãos de outras pessoas! Deixar de fazer o que gostava, deixar de ser quem eu era realmente só para agradar os outros acabou!
Aquele que esteve em silêncio, chorando baixinho e escondido ganhou voz, ganhou determinação e identidade!
O que me interessa o que pensam de mim, nada! Esta sou eu tenho defeitos, sou estranha para alguns, peculiar, digamos e para outros inteligente e normal. Sou um unicórnio, única! Tenho de seguir os meus sonhos, ainda que os lobos me persigam para me impedir, que me tentem persuadir a voltar para a alcateia. Mas esta loba virou-lhes as costas, tem que seguir o seu caminho, encontrar um sítio que a faça sentir-se feliz em casa para poder criar uma nova alcateia.
O maior medo deste urso era enfrentar-se a si próprio, enfrentar o seu lado negro da sua lua. Agora, já não tem medo de nada.
Ninguém o vai impedir de ser feliz á sua peculiar maneira, mudar de carreira e sentir-se bem na sua pele. Mostrar que o peculiar é bom e não é diferente e só ela!
Quem não gostar sabem o caminho para a saída, obrigada!
Obrigada Covid mudas-te de facto a minha vida para melhor!
Não tenham medo de ser vocês mesmos! Ainda que tenham de enfrentar tudo, todos e a vocês mesmos pela vossa felicidade!
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