Um mundo à parte

Ás vezes gostava de me refugiar num mundo só meu. Num mundo onde esquecesse as discussões, os maus momentos, as tristezas, as preocupações e tudo aquilo que me faz sofrer por dentro por conta da solidão.



Um mundo onde tivesse paz comigo mesma e com os que gostam de mim.
Onde ninguém me fizesse mal, ou gozasse com a minha maneira de ser. Por pensar fora da caixa magoo me muito.
Talvez este mundo não esteja preparado para mim. Talvez eu seja tão diferente que não me consiga adaptar. Talvez eu queira algo que este mundo não me pode dar.
Ás vezes não quero comer. Não gosto de comer. Nunca gostei da comida exceto a que me está proibida. É quase toda nesse caso.
Perco a vontade de comer. Talvez a solidão e a  falta de liberdade me tenham feito sentir assim, sentir a necessidade de encontrar outro lugar onde possa começar de novo outra vez. Aqui não consigo ser eu mesma, aqui sou a filha de X e não o meu nome próprio.
Vou aguentando e de noite sonho que estou bem longe daqui. Noutro lugar com outras pessoas, sendo eu mesma porque mal me conhecem. Ahhh quem me dera estar nesse lugar de novo...
Queria voltar a sentir me livre e feliz. A poder olhar ao espelho e não me sentir sozinha.
Já nem arrisco no amor, para quê se me quero ir embora e se me apaixono que será dele quando me for embora? E de mim? Sairei magoada de novo com certeza.
É melhor não arriscar, é melhor aguentar o excesso de trabalho e a falta de horas de sono para conseguir sair daqui em breve.
Eu vivo noutro país na minha mente, nesse país que cuja a língua a uso mais de metade das 24 horas do meu dia. O que mais queria era poder ir embora daqui. Voltar a ser livre, dona de mim mesma e poder um dia acreditar que conseguirei apagar a solidão que assombra os meus dias. Encontrar alguém que me faça sentir feliz e viva como outrora me senti com uma só e única pessoa que amei dessa mesma forma.
Talvez quando eu for normal as coisas se tornem mais fáceis para mim e que não tenha tantas preocupações que não deveriam fazer parte de mim com apenas
23 anos... Talvez aí eu consiga encontrar ou reencontrar o caminho da felicidade...

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