Depressão, dos momentos difíceis ao caminho da luz (1)

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Sabes quando tens aquela tristeza inexplicável que se apodera de ti e não consegue fugir mais de dentro de ti, quando te sentes mais estranha que um ET e sentes-te a pior pessoa do mundo, odiando-te a ti mesma... É complicado, eu passei por isso, mas consegui encontrar aquele raio de sol no meio da tempestade mais escura...

Pensei muito antes de escrever este post porque é algo que ainda me custa relembrar ou simplesmente falar no assunto, pois é assumir que tenho fraquezas e momentos em que também me vou abaixo e choro muito, mas sem ninguém ver...
A razão de ter chegado a este ponto foi de origem diversa, problemas de bulying na infância, sentir falta de amor e de aceitação por parte dos outros e da solidão eterna, porque sempre fui uma loba solitária que vivia num mundo de fantasia só dela, só há pouco tempo tinha descido à realidade real... Problemas posteriores que serão relatados em seguida, mas amar de verdade pode magoar e muito...
Não lhe posso chamar depressão porque não fui avaliada por nenhum médico, daí não poder confirmar com termos médicos a certeza das coisas, só quero partilhar esta parte da minha história que poderá ajudar alguém no futuro.
 Não sei bem quando começou tudo isto... Talvez por meados de 2015, onde eu já vivia uma relação complicada com alguém devido à distância... Essa pessoa ensinou-me num ano a crescer tanto, os cinco que me faltavam para me aproximar das pessoas comuns da minha idade...
Tinha lutado muito para conseguir sair de casa dos meus pais, já lidando com as saudades da pessoa que fazia parte do meu mundo, o meu mais que tudo na altura... Assinei uns papéis, fiz as malas rumo a Espanha para assumir um trabalho que acabaria por ser o primeiro passo para a minha vocação.
Era a primeira vez que ficava sozinha fora de casa dos pais, da cidade e do país onde nasci e cresci... Estava ansiosa porque ali era tudo novo e fui muito bem recebida tanto pelos colegas de trabalho como pelos alunos... Os dias foram passando e não sentia saudades dos meus pais, nem dos amigos, única saudade que vivia ardendo dentro de mim eram as dele... Em meados de novembro desse ano comecei a tornar a relação mais complicada e instável do que antes... Eu tanto queria acabar com ele pelo sofrimento e pelas saudades estarem a "matar-me" como também ficar com ele por amá-lo... Um amigo aconselhou-me a falar com um psicólogo no centro de saúde que me viu muito agitada e como vivia sozinha deu-me ansióliticos que umas vezes resultaram outras tornava as noites dias em que me sentava na cama ou no chão da cozinha a chorar... As sessões com a médica não me ajudavam e tive de valer-me por mim mesma, tentei relaxar pintando naqueles livros de colorir e a passear pelo parque da cidade quase todos os dias... No entanto, no colégio as coisas começaram a correr mal sentia-me desgastada por excesso de trabalho e deprimida porque os alunos não aprendiam nada comigo ali... Em Dezembro desse ano eu quis terminar o meu relacionamento e vimo-nos duas vezes em pessoa depois de meses e terminei passado tanto tempo, não meses, mas anos... Voltei para Espanha depois do Natal porque cada ida a casa eu ficava cada vez pior porque os meus pais voltavam a mandar em mim, entretanto em fevereiro fiquei doente com gripe e fiquei a coxear das pernas outra vez e já não tomava ansiolíticos desde janeiro de 2016.
No dia de ano novo em 2015-2016 tive uma mega crise psicológica onde me fechei no quarto insultando-me, dizendo que ninguém gostava de mim e desde novembro arranhava o braço e tinha prantos de choro compulsivos como se quisesse descarregar a raiva que sentia dentro de mim!
Lá no fundo só queria voltar a sorrir, a ser a menina alegre que era antes desta tristeza se apoderar de mim!
Continuava a falar com ele e a contar com ele para tudo, mas sentia que ele já não me falava tantas vezes, passávamos semanas calados por culpa dele e não minha que não deixava de comunicar com ele. O tempo foi passando e a minha estadia em Espanha estava a terminar e um novo medo voltou para atormentar o meu estado já melancólico o de voltar a casa! Voltar para casa dos pais! E receber ordens!
A readaptação a casa foi muito complicada tudo era um problema desde do horário de comer até o facto de viver com os meus pais! Sentia-me diminuída, sentia como se tivesse retrocedido tudo aquilo que tinha crescido! Eu estava diferente e ninguém via isso! Já não era a bebé que saiu de Portugal em 2015!
 Perdi a oportunidade de continuar os meus estudos em Espanha devido a problemas burocráticos de créditos e regressar à mesma faculdade foi um martírio difícil de engolir...
Em agosto tentei aos poucos sair deste labirinto onde me tinha metido, tentar encontrar a saída da espiral onde me encontrava... Com a ajuda de amigos e dois deles bem grandes acabei mesmo a relação que tinha de forma definitiva porque ele mal falava comigo, já não sentia o seu apoio e eu vivia em recordações e em desejos que nunca existiriam... Ele pediu-me para escolher entre o meu futuro profissional e ele, passadas 48 horas escolhi-o a ele, mas fiquei frustrada pois nada na sua atitude mudou e eu acabei de vez...
Foram dias negros depois disso, chorava todas as noites e sonhava com ele, com Espanha que eu vivia com saudades desses tempos em que eu era feliz porque estava sozinha e ali conseguia ser eu mesma!
Ressuscitei este blog em Agosto/Setembro de 2016 como forma de poder escrever coisa que já não fazia há muito tempo e tentar ser realmente reconstruida e fortalecida... Tentar pegar em cada pedra do castelo derrubado e voltar a reconstruí-lo de novo...
O resto da história estará noutro post...

3 comentários:

  1. E cá eu vou estar para ler o próximo post.
    Eu sei o quanto é difícil passar por este tristeza profunda infelizmente estou uma coisa que não conseguimos controlar. Mas tudo aos poucos se compõe demore o tempo que demorar.
    Muita força.
    E continua no Blog, que de certa forma ajuda sempre uma pessoa a pensar em outras coisas.

    Beijinhos,
    www.pirilamposemarte.com

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    1. Obrigada pelo teu comentário, o vosso feedback sobre este assunto ou qualquer outro é muito importante para mim... Sim o tempo foi o maior aliado para tudo isto, mas também tive de reaprender a lutar e a voltar a gostar de mim e dos outros, sobretudo a perder alguns medos... O blog, a escrita e a criatividade foram os grandes aliados sem dúvida!
      Beijinhos

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  2. Lamento que tudo que passaste, lamento que não entendas que nunca tiveste de escolher entre o teu futuro e uma relação, acho que o teu futuro esteja sempre na frente de qualquer escolha, tenho a certeza que nunca ninguém te fez escolher, tenho mais certeza que te empurrei para a vida te disse sempre que o primeiro lugar eras tu e o teu futuro que tinhas de crescer e que só o farias fora e longe de casa, que so saberias do que eras feita se deixasses de ser a menina e passasses a ser mulher,choraste, fez-te bem, passaste noites em claro, cresceste, sentiste a ausência, não foste a única, nesta historia que parece o monologo, sabes bem que não o foi que o dialogo sempre existiu e que sempre foi numa direcção cresce sê autónoma, sê a melhor não olhes para traz faz vida faz com que me sinta orgulhoso, e ao ler apenas me sinto como um monstro que nunca te deu atenção ou o cuidado que merecias, não és fácil, antes pelo contrario, precisas de ser antes de criticar e ainda não és quem deves ser, estas quase, conta tudo e não apenas o que te faz sentir bem e o que tornas as coisas menos dolorosas, se Mulher, assume que tens medo que é bem melhor estar no canto que na proa do barco apanhar o vento e o mar, esse lugar só para quem não tem medo do passado e ama o seu futuro

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